Dentre os diversos projetos culturais realizados pela FINK, dentro e fora do Brasil, envolvendo obras de arte notáveis, um se destaca particularmente pelo imenso valor histórico para o país: a repatriação do Manto Tupinambá para solo brasileiro. Depois de mais de 300 anos na Dinamarca, a FINK teve a honra de cuidar da logística para o seu retorno.
O Manto Tupinambá, que mede aproximadamente 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, é considerado uma entidade sagrada pelo povo Tupinambá. Levado para a Europa por volta de 1644 por exploradores holandeses, o manto é confeccionado principalmente com penas de íbis-escarlate, além de plumas de papagaios e araras azuis e amarelas. Tradicionalmente, era guardado num baú de couro e utilizado em rituais espirituais.
Preservado pelo Museu Nacional da Dinamarca desde 1689 – ao lado de outros quatro artefatos semelhantes – o manto representa uma figura ancestral e serve como canal de comunicação espiritual. Para o povo Tupinambá, é uma fonte de prosperidade, paz e mensagens divinas, simbolizando a preservação de sua terra, cultura e rituais. É também um poderoso emblema de resistência na luta pelos direitos indígenas e contra a política do “Marco Temporal”.
A devolução do Manto Tupinambá significa a recuperação da dignidade, da ancestralidade e da história de um povo cuja trajetória foi tragicamente interrompida pela colonização. Ressalta a resiliência da cultura Tupinambá e a importância fundamental de salvaguardar.