Amsterdam é uma das cidades mais encantadoras da Europa, e há vários motivos que justificam esta afirmação. A metrópole holandesa guarda importantes partes da história do mundo moderno, da arte e da cultura ocidental em seus museus. Além disso, ainda é uma cidade cheia de programações culturais de grande relevância no circuito Europeu.
Em um contexto histórico, Amsterdam está inserida como um pólo pioneiro da globalização. Desde o século XIV, a cidade já é vista como um centro de comércio na região do norte da Europa. Esta é a época que as grandes feiras medievais surgem também em outros locais, como Paris e nos reinos de Gênova e Veneza, todas interconectadas e itinerantes, fato que começou a desenvolver uma necessidade de maior estruturação no comércio.
Posteriormente, a classe de comerciantes que ascende economicamente com esta dinâmica irá criar as condições para o aparecimento do mundo moderno, colocando em evidência instituições e práticas como a democracia representativa, a estabilidade econômica o livre mercado.
Neste cenário histórico, Amsterdam passa a figurar como protagonista do comércio do mundo. Grande parte dos esforços econômicos que criam as expedições por especiarias partem da Companhia das Índias Orientais, criada em 1602, e irá influenciar o processo colonizatório em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Isso tudo pode ser visto em alguns museus da capital holandesa, como o Museu Histórico de Amsterdam, que conta com um vasto material sobre essa e várias outras histórias da cidade.
É evidente que cenários como este também acarretam uma grande ascensão de cenas artísticas. Desde o Renascimento, a região dos Países Baixos também é conhecida por uma grande cena artística. Desde o século XVI, os pintores holandeses se adiantaram ao tempo, retratando desde assuntos cotidianos até as grandes narrativas da mitologia grega, do cristianismo e de outras vertentes.
O maior nome desta era vem do século XVII: Rembrandt é um dos pintores mais venerados de seu tempo, principalmente por sua grande técnica. Retratou desde a crucificação de Cristo, até uma aula de anatomia, em sua clássica obra “A Lição de Anatomia do Sr. Tulp”. Isso demonstra um grande apreço de sua época também pela ciência, principalmente num ambiente cosmopolita como o de Amsterdam. Algumas destas obras podem ser conferidas no Museu de Rembrandt, na cidade.
Posteriormente, num contexto do século XIX, a arte holandesa ressurge com grande força no pós-impressionismo. Marcado por uma sociedade industrial, cujo tempo já era encarado de forma diferente pela população, e com a criação da fotografia como um meio de “captar a realidade”, este movimento propôs a libertação da arte deste objetivo descritivo — a abrindo-a, portanto, para outras análises daquela vida moderna.
Neste sentido, Van Gogh é a grande marca deste momento. Suas pinturas demonstram esta liberdade estética, assim como uma reflexão sobre locais e tempos mais tranquilos e bucólicos. Também estão marcadas as contradições de um autor perturbado, mas que desenvolveu uma obra genial para seu tempo.
Em Amsterdam, vários museus têm obras deste período. No entanto, o Van Gogh Museum é o mais completo: ele detém a maior coleção de obras do pintor em todo o mundo. Aos amantes da arte, é um passeio imperdível.
Por fim, Amsterdam é dona de um acervo riquíssimo, que conta a história do mundo moderno. É uma cidade que deve ser aproveitada por qualquer pessoa interessada em saber o que formou o mundo que vivemos. Por isso, este roteiro histórico é imperdível em uma visita eventual a Europa, principalmente à capital Holandesa.