Era uma primavera de 1948 quando Gabriel García Márquez aportou em Cartagena das Índias. Então estudante de direito, o jovem de 21 anos não poderia saber que naquela cidade viveria anos iluminados de sua vida. A caminhada à sombra da Torre del Reloj chegou a ser descrita por ele como “um novo nascer”. Eis a promessa dessa cidade do Caribe colombiano. Não é pouco.
O visitante pode iniciar sua turnê pela cidade em visita à praça da afamada torre. Ali, as limonadas de coco do Bar Charleston são disputadas pelos turistas. O local é convidativo também para uma olhada nas vendinhas de livro que ornam o entorno do sítio – certamente recheadas de romances de Gabo.
Dali, o visitante pode tomar caminho para o mosteiro de Santa Clara. A construção é emblemática na obra “Do amor e outros demônios”, merecendo cuidadosa descrição no prólogo do livro. Hoje, o prédio abriga um hotel de cinco estrelas – ideal para viajantes mais abastados.
A Cartagena de Gabo inclui ainda a Catedral Santa Catalina de Alejandria – local onde Fiorentino Ariza presenteia Fermina Daza com a primeira carta de amor, em “O amor nos tempos do cólera”. Outro destino religioso que ganha vida nos versos de Garcia Marquez é o Templo Santo Domingo – conhecida pela lenda da torre entortada pelo diabo, presente na biografia do escritor.
A tarde terá encerrado bem se os turistas visitarem, ao pôr do sol, a casa do Marquês de Valdehoyos. O local abrigou o Libertador Simon Bolívar, história narrada em “O General e seu labirinto” – único caso na obra do colombiano em que a referência à Cartagena é explícita.
Pela noite, uma passada no Barzuto Social Club é como que um bônus. Embora não esteja no roteiro tradicional dos viajantes que desejam visitar a Cartagena de Gabo, o bar era frequentado pelo escritor – e pode oferecer a experiência do Caribe de intelectuais e escritores colombianos. Ótima dica para se encerrar um dia de aventuras por uma cidade que emana o espírito de García Márquez.