Sapatos no hall, som alto, entregadores e aluguel por temporada figuram lista de incômodos dos condôminos.
Vivemos tempos atípicos. Com a pandemia do novo coronavírus, nossa geração nunca passou tanto tempo em casa, seja a trabalho ou mesmo em dias de descanso. Com o isolamento social, aplicado em grande parte do período desde a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, adultos, crianças e bichos de estimação passaram a conviver por mais tempo, o que é um dado positivo. No entanto, por outro lado, o excesso de tempo em casa provocou grandes desentendimentos entre vizinhos, principalmente por quem mora em condomínios.
No meio de uma aula online ou de uma reunião de trabalho, quem nunca teve de lidar com o barulho de uma obra, do latido do cachorro do vizinho, o barulho do som ou mesmo o de uma discussão? Esses são alguns dos novos problemas enfrentados por quem mora em prédios, com o agravante do humor alterado, graças aos males psicológicos gerados pela pandemia, como o luto, o medo de contágio, o desemprego e a própria privação de liberdade em viver uma vida como antes.
E qual é a solução? O diálogo, a empatia e a paciência. Por exemplo, se você vai realizar uma obra, combine com os seus vizinhos mais próximos sobre os horários que eles têm marcado reuniões ou compromissos importantes. Grandes intervenções no apartamento também precisam ser, antes, informadas por comunicado oficial, no caso por quem administra o local. O síndico, inclusive, deve ser o primeiro conciliador dos conflitos, muito antes de um dos moradores acionar a justiça.
Confira, abaixo, os principais motivos de discórdia entre moradores de prédio:
Como citamos anteriormente, construções e reformas estão no topo da lista de reclamações dos vizinhos. Reparos estruturais no imóvel, emergenciais ou por decisão do morador, incomodam bastante quem mora na próxima porta. Mas se engana quem pensa que somente o barulho incomoda, já que a poeira e eventuais rachaduras e infiltrações também irritam os moradores do prédio.
Barulho mesmo incomoda quem produz festas barulhentas ou mesmo perdem a mão na hora de ouvir música em casa, seja em uma faxina, seja em um almoço no fim de semana. É necessário respeitar o volume permitido por lei, como, por exemplo, no Rio de Janeiro: até 55 decibéis entre 7h e 22h de dias úteis e sábado, além de 8h às 22h de domingos e feriados. Já das 22h às 07h, o limite é de 50 decibéis.
Falando em festas, pouca coisa irrita mais do que pessoas que não moram no prédio, mas ocupam a casa ao lado. Sim, estamos falando de quem aluga apartamentos por temporada e não sabem se comportar coletivamente. Além de possíveis maus hábitos, o aluguel por temporada provoca a entrada de verdadeiros desconhecidos no prédio.
O mesmo acontece com a circulação interna de entregadores de aplicativo, muito acionados durante a pandemia. Por mais que se trate de uma profissão essencial para a nossa sociedade, muitos condôminos se incomodam com a entrada, já que ela pode aumentar potencialmente a circulação do novo coronavírus.
Falando em quem entra no prédio, outro incômodo é quem não entra em casa: os sapatos. Sapatos no hall têm sido motivo de insatisfação entre vizinhos, já que não há um padrão a ser seguido e muitos moradores acabam deixando calçados a mais no corredor e de maneira desorganizada.
O uso incorreto de máscaras também irrita os moradores de condomínios. Isso porque muitos não se sentem confortáveis em conviver no mesmo ambiente – áreas em comum do prédio como as de lazer, corredor, play e elevador – com moradores que não utilizam a máscara ou usam o item de forma inadequada.
Por último, o que poderia ser um canal de resolução de conflitos se tornou mais um motivo de intriga entre vizinhos: o famoso grupo de WhatsApp do prédio. Ferramenta muito útil para passar informações circulares do prédio, os grupos também se tornaram um canal de troca de ofensas por parte de vizinhos. E, com isso tudo, cabe ao síndico do prédio fazer a moderação do ambiente, virtual e presencial.
