O quanto você conhece sobre a Bolívia? Um dos países menos populares da América do Sul reserva uma série de encantamentos quase nunca publicizados entre os destinos de viagens. Com paisagens paradisíacas e a manutenção com as raízes indígenas, a Bolívia pode ser considerada uma das melhores fontes, no presente, das tradições do continente sul-americano. Considerado um país em desenvolvimento, a Bolívia mantém a agricultura, pesca, mineração e silvicultura entre suas principais atividades econômicas, aliados, claro, à extração de petróleo e estanho. Dividida em regiões bem distintas – nas planícies do leste ao altiplano do oeste, passando pela bacia amazônica ao norte e chegando à Bacia do Rio da Prata, ao sul – o território boliviano possui nove departamentos e uma população estimada de mais de 10 milhões de habitantes, entre ameríndios, mestiços, europeus, asiáticos e africanos.
Essa característica multiétnica pode ser vista também na variedade de línguas: mesmo que o espanhol seja o mais popular, os idiomas aimará e o quíchua também também são bem comuns entre os bolivianos, bem como o governo local oficializa outras 34 línguas indígenas. Essa Torre de Babel que deu certo, graças a boa relação entre os mais variados povos que lá formaram a história do país, resulta em uma bela construção cultural com rica diversidade em áreas como a arte, a música, a culinária e a literatura. Mas é preciso reconhecer que a infraestrutura está aquém desse país belo e único: é péssimo o estado de conservação de estradas e vias públicas, bem como o trânsito caótico e a rede hoteleira não está preparada para grandes demandas, com estabelecimentos familiares e pouco investimento no setor.
Principais pontos turísticos
Comecemos pela mais famosa atração da Bolívia: o Salar de Uyuni. Responsável por uma paisagem paradisíaca, ligando o horizonte ao céu, em um único tom, o Salar de Uyuni é a maior planície de sal do mundo. Do alto de seus 3660 metros de altitude, o salar representa a morte de um gigantesco lago pré-histórico que secou e deu vida à incrível planície salgada – que chega a apresentar nada menos do que 120 metros de espessura em alguns pontos – presente na paisagem boliviana até hoje. Outra bela paisagem formada puramente pela natureza é o Valle de la Lunna, localizado a cerca de 10 km do centro de La Paz. Caracterizado por formações rochosas esculpidas pela erosão, ao longo do tempo, o Valle de la Lunna atrai turistas do mundo inteiro. Já em La Paz, a dica é observar a beleza da arquitetura e da cultura dos bolivianos, principalmente nos museus, feiras de artesanato, mercados de rua e em pontos turísticos como o Convento de San Francisco e a Catedral Metropolitana.
Em relação às belezas naturais da Bolívia, nada se compara a seus Lagos. A começar pelo lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca ostenta que, também, a fama de um dos mais bonitos pontos turísticos da América do Sul. Abastecido por cinco grandes rios, degelo das geleiras e água da chuva, o límpido Lago Titicaca possui 41 ilhas, entre elas, a cidade de Copacabana, a Ilha do Sol e a Ilha da Lua. Outra bela, e elevada, lagoa boliviana se encontra no altiplano de San Luis, fronteira da Bolívia com o Chile, e atende pelo sugestivo nome de Laguna Verde. Abrigada na Reserva Nacional Eduardo Abaroa, tem inconfundível cor verde esmeralda, devido a elevada concentração de magnésio na água. O conteúdo mineral é também responsável por atrair flamingos ao local. Por falar em flamingos, a Laguna Colorado, com suas águas vermelhas, não só alimenta os pássaros da região – com a cadeia alimentar completa pela alga surilela e o crustáceo Artemia Salina – como também é responsável pela coloração avermelhada das plumas dos flamingos.
História
Sítio arqueológico pré-colombiano localizado em solo boliviano, a apenas 70 km de La Paz, o Tiwanaku é uma excelente fonte de História e objeto de estudo de pesquisadores do mundo inteiro. Tanto que especialistas das culturas andinas delegam à civilização lá existente como a mais importante percursora do império Inca. Já no Parque Nacional de Torotoro, localizado a 130 km de Cochabamba, o encantamento aos turistas é feito por um pitoresco cenário formado por um grande vale com canyons formados pela erosão e com vasta bagagem histórica: ruínas pré-incas, pinturas rupestres e até mesmo pegadas de dinossauro. Turistas podem se “perder” em labirintos rochosos, conhecer as cachoeiras do canyon Torotoro e fazer uma expedição à fortaleza pré-inca de Llama Chaqui.
Bolívia para aventureiros
Os mochileiros de plantão vão adorar se aventurar pelas terras de Sucre, cidade localizada entre La Paz e o deserto de sal. Apesar, ou por conta, de não contar com pontos turísticos, a cidade é recheada de cultura boliviana e é uma boa fonte para conhecer a rotina do país. Aos aventureiros, a dica é explorar parte da Bolívia fazendo trekking. Isso porque o país é recheado de circuitos da modalidade com diversos circuitos que, podem levar de 3 a 16 dias, atraem turistas de todos os cantos do planeta, dispostos a encarar os desafios e a recompensa das vistas incríveis do altiplano. Outro famoso desafio é percorrer a “estrada mais perigosa do mundo” em uma bicicleta. Conhecida como “Estrada da Morte”, a via tem apenas 3 metros de largura, entre precipícios e cachoeiras.
Culinária
Com pratos típicos adequados ao clima alto e frio do Altiplano, a culinária boliviana é resumida em especiarias preparadas por mãos que misturam a cozinha espanhola, dos colonizadores, com a tradição indígena. A quinoa, grão altamente nutritivo, quase sempre está presente nos pratos da Bolívia, principalmente nos mais populares como sopas, guisados, saladas e até mesmo hambúrgueres.