De beleza incalculável, mas de características expressivamente numéricas, fica difícil descrever o Deserto do Atacama, no Chile, sem enumerar os seus impressionantes atributos, muito além das incríveis salinas, vales, vulcões, gêiseres, lagoas e seus cânions de água cristalina. Portanto, não se perca nos números: são, nada mais nada menos que 4.000 metros de altura em um belo altiplano andino, concedendo o título de mais alto deserto do mundo, cortando a região norte do país até a fronteira com o Peru, com 1000 km de extensão. Falando em título, o Atacama ostenta a condição de deserto não polar mais seco do mundo.
Sim, já que raramente chove na região, por conta da altitude – as correntes marítimas do Oceano Pacífico, simplesmente, não conseguem chegar até lá e as nuvens se desfazem antes de chegar ao deserto. Daí entra outro destaque numérico, quando o assunto é a condição climática. Nesse caso, é a variação que impressiona, tanto positiva quanto negativamente: viajar ao deserto é estar preparado para as mudanças de temperatura que vão entre 0ºC, durante a noite, até 40º C, durante o dia. Nada disso assusta aos amantes de trekking e montanhismo, além de atletas de mountain bike, motociclismo, off-road e montaria.
A incrível variação de temperatura explica o pequeno número de habitantes nas poucas cidades e vilas do Deserto do Atacama, como, por exemplo, em São Pedro de Atacama, uma das cidades mais conhecidas e que fica a 2.400 metros de altitude. São apenas cerca de 3.000 pessoas vivendo no local, considerado um verdadeiro oásis em meio ao deserto, já que fica em uma parte isolada e serve como ponto de encontro para os viajantes. A cidade, dona do deserto mais árido do mundo, é um belo exemplo das cidades locais que mantêm sua cultura preservada.
A preservação histórica é mesmo impressionante. Se o quesito é riqueza de registros, mochileiros, fotógrafos e/ou arqueólogos são os principais interessados em mais um número para a conta: seus inúmeros artefatos arqueológicos, principalmente pelas múmias com mais de 1.000 anos, que foram deixadas pelos Chinchorros, povo que habitou o local, à época. Turistas, em geral, também têm vez no Atacama: sim, por mais que não pareça, há vida noturna. Não é incomum ver bares e restaurantes lotados, tarde da noite, com turistas que se juntam, de forma natural.
Não deixe de visitar – Agora, vamos aos pontos turísticos do Deserto do Atacama. A começar pelo Salar de Atacama, maior reserva salina do Chile, passando pelo impressionante Geysers del Tatio – que dá a sensação da terra estar viva, a cada espetáculo de água jorrada. Não esqueça do banho gravitatório nas famosas Lagunas de São Pedro do Atacama, onde ninguém afunda, ao mergulhar, devido a alta salinidade da água, como na Laguna de Piedra. Não deixe de visitar também a Igreja San Pedro de Atacama, os sítios arqueológicos de Pukará de Quitor e o Museu Arqueológico Padre Le Paige. Por último, tire uma foto com a Mão do Deserto, escultura de 10 metros de altura e inúmeras lendas, feita pelo chileno Mario Irarrázabal.