Sair do Brasil parece uma tendência. Ao menos é o que apontam os recentes dados da Receita Federal: somente no ano passado, 22,4 mil pessoas deixaram o país de forma definitiva, preenchendo a declaração obrigatória a quem vai morar no exterior. O crescimento de 5% em relação ao anterior (em 2017, foram 21.2 mil expatriados) tem relação direta ao aumento do desemprego e baixa expectativa para melhora na economia, mas é um dado que vem aumentando desde 2014, quando os brasileiros começaram a sentir os primeiros sinais da recessão econômica. À época, o número de declarações de saída definitiva não superava as 10 mil declarações.
Se você está pensando em colaborar com o crescimento deste percentual, antes, saiba o quanto é necessário ter um planejamento, principalmente no que envolve a questão financeira. Antes de tudo, você precisa entender que deixar o Brasil e começar uma nova vida em outro país é um investimento. O ideal é deixar o país já com um emprego conquistado no exterior ou mesmo conhecer pessoas no país de destino que possam auxiliar na busca. Para isso, se faz necessário dominar o idioma do país em que você decidiu recomeçar, bem como conhecer – e se adaptar – os costumes e a cultural local.
Antes da saída do Brasil, além da Declaração Definitiva do País, a ser entregue à Receita Federal, mantenha a sua documentação regularizada tanto por aqui – como a quitação de dívidas e pendências jurídicas – quanto em seu país de destino, principalmente em relação ao seu visto de trabalho. Uma dica importante é escolher um país que adote políticas de incentivo para trabalhadores estrangeiros, como o Japão e o Canadá, por exemplo, países que carecem de mão de obra por conta da combinação entre baixo desemprego e população envelhecida. Embora o processo migratório para esses dois países seja burocrático, o Japão, por exemplo, recruta trabalhadores vindos de outro país para funções em 14 diferentes áreas.
De acordo com o consulado do Japão no Brasil, as áreas mais procuradas são em atividades de limpeza e cuidados domésticos, além das indústrias eletrônica, automotiva e manufatureira, bem como na construção civil e agricultura, principalmente. Já o Canadá tem o programa Express Entry, facilitador para quem deseja se mudar e trabalhar no país: o programa vem crescendo consideravelmente desde 2015, quando empregou 250 brasileiros, contra 1.3 mil novos registros, em 2018. Segundo dados do governo canadense, as áreas que mais oferecem empregos para estrangeiros vão desde engenharia elétrica, passando por enfermagem, vendedor, caixa, operário, soldador, recepcionista até motorista e assistente administrativo.
