Alguns bens são absolutamente insubstituíveis, como é o caso das obras de arte, em geral peças únicas e de valor histórico e cultural inestimáveis. Elas demandam cuidados específicos quando precisam ser transportadas para uma exposição ou por exemplo, de uma galeria de arte para seu comprador.
A maneira mais segura de transportar é sem dúvida dentro de caixa de madeira feita especialmente para aquela obra, com uma proteção interna que evita que os possíveis choques durante o transporte a afetem, assim como a variação brusca de temperatura.
Entretanto, por questões de orçamento, dependendo da fragilidade da obra e da rota que ela seguirá, poderá ser embalada em soft packing, quando são usados materiais como plástico bolha, manta de ethafoam, tyvek, papel glassine, papelão. A escolha de materiais vai de acordo com o tipo de obra, e precisam ser livres de ácidos, para não causar danos durante o contato. Este tipo de embalagem pode ser aplicado durante um transporte dentro da cidade e até interestadual, desde que seja usado sempre o veículo adequado, na maioria das vezes caminhão com suspensão a ar, que ameniza a trepidação dentro do veículo, e com climatização, que procura manter a temperatura e umidade próximas ao que é encontrado no ambiente de museu.
Claro que estes mesmos critérios de escolha do veículo devem ser usados quando se transporta uma obra de arte em uma caixa própria. Em ambos os casos a equipe que manuseará a obra deve estar treinada e apta a fazê-lo de forma segura, desde o momento da coleta e embalagem da obra, passando pela arrumação e fixação da obra no caminhão, até a entrega e desembalagem no destino final. Tudo precisa ser estudado com antecedência, pois em casos de obras muito grandes e/ou pesadas, serviços como içamento ou empilhadeira podem ser necessários, e precisa estar programado.
É muito comum, e até recomendado, que seja feito um laudo museológico na coleta, que será conferido por outro museólogo na entrega. Desta forma este condition report vai dizer o estado que a obra se encontrava antes do transporte e se ela sofreu algum dano até o seu destino final.
Para o transporte internacional é sempre recomendado que a obra esteja bem embalada em uma caixa feita especialmente para ela, e que possa fazer mais de uma viagem, já que muitas vezes a obra vai para uma exposição temporária e deve retornar sã e salva na mesma caixa para seu dono. Claro que o custo é maior que o soft packing, mas é preciso lembrar que muitas etapas estarão por vir, e não há como deixar que ela sofra qualquer dano neste percurso. Havendo verba no projeto, é importante que seja feita supervisão nos aeroportos por pessoal especializado, acompanhando toda sua movimentação e garantindo que o manuseio nestas áreas será o mais tranquilo possível.
A malha aérea do Brasil para o exterior é razoável e alguns destinos precisam de conexão, sendo novamente recomendada a supervisão. Aviões cargueiros são bem mais raros, e são eles que levam as obras de dimensões extraordinárias. Para a Europa e USA, são poucas opções, então pode ser que a cia aérea ofereça levar até o aeroporto final com caminhão próprio, o que geralmente não é aceito pelo museu. Neste caso, o transportador especializado deve estar na outra ponta para terminar ali o embarque e coletar a obra levando-a através das fronteiras até seu destino.
Por isso vale tentar ao máximo adequar uma obra às dimensões para a viagem em avião de passageiro, e para tal pode-se fazer o que chamamos de A-frame, quando a caixa da obra é colocada sobre uma estrutura e segue inclinada. Além disso, a operação no cargueiro costuma ser mais onerosa.
A parte aduaneira, não menos importante, deve ser tratada com muita atenção, e somente um agente especializado pode cuidar tão bem desta etapa. São detalhes que somente quem está no dia a dia saberá atender e se antecipar, a fim de evitar o máximo possível que o embarque sofra atrasos.
Algumas obras viajam acompanhadas de seus couriers, que são pessoas autorizadas pelo dono da obra a ficar perto dela o tempo todo e até viaja no mesmo avião. O papel delas é assegurar que tudo vai ser feito dentro dos padrões, em todos os momentos. Ela demanda atenção especial, e o transportador lhe oferece o máximo para que se sinta segura e confortável.
O melhor disso tudo é saber que seu trabalho viabilizou que uma obra de arte chegasse segura ao museu e que ali milhares de pessoas poderão desfrutar e partilhar a sua presença, muitas vezes pela primeira e única vez.
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