Para quem está procurando por uma oportunidade de emprego no Brasil, o cenário não é nada favorável. No entanto, do outro lado do mundo, no Japão, o governo promove políticas para atrair trabalhadores estrangeiros, com 300 mil vagas de emprego ociosas. Se o primeiro trimestre pode ser considerado desolador para o Brasil, com a informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que existem 13,1 milhões de pessoas em situação de desemprego, com taxa de 12,4%, o mesmo não se pode dizer do país asiático. Em 2018, a taxa de empregos disponíveis atingiu incríveis 160 vagas para cada 100 trabalhadores – o maior nível em 44 anos.
Por aqui, a falta de oportunidades no país vem favorecendo a migração de brasileiros para outros países: 22,4 mil pessoas entregaram a declaração de saída definitiva do país em 2018, número superior aos 21,2 mil, de 2017. Esclarecidas as diferenças entre os dois países é fácil entender o porquê do Japão ser um dos destinos preferidos de quem deixa o Brasil. Muito além das melhores condições de trabalho e qualidade de vida, os imigrantes encontram oportunidades sólida de emprego, por conta de dois fatores: a internacionalização do território japonês e a conta que não fecha entre a expansão de diversos setores do país e o envelhecimento da população local.
O aumento do turismo, que será ainda mais incentivado com a realização das Olimpíadas de Tóquio 2020, gerou a demanda de criar mais de 300 mil postos de emprego para estrangeiros até 2025, contrariando o histórico conservador. Atualmente, cerca de 1,28 milhão de trabalhadores estrangeiros vivem no país, número muito superior aos 480 mil registrados há 10 anos, em 2008. Parece muito, mas não: corresponde a apenas 1% da população japonesa. Para comparação, os Estados Unidos tem 17% e o Reino Unido tem 5%. Ainda de acordo com dados do governo japonês, cerca de 30% dos trabalhadores imigrantes vêm da China, com destaque também para Vietnã, Filipinas e Brasil.